sábado, 10 de julho de 2010

O "caso Bruno" em abordagem futebolística

Por: Carla Araújo


Quando disse que postaria sobre o “caso Bruno” aqui no blog, muitos falaram que não aguentam mais ouvir sobre isso. Outros pediram que eu não fosse sensacionalista e não fizesse uma matéria sobre o desenrolar do caso. Obviamente, eu já tinha pensado nisso. Não cogitei essas possibilidades, até porque todos já sabem o que aconteceu e estão acompanhando desde o início.

Estou aqui não para escrever sobre o possível assassino, mas sobre o goleiro. Se foi Bruno ou não quem matou Eliza Samudio, não é o motivo da minha abordagem. Por que um atleta tão bem sucedido faria algo desse porte? O que leva alguém a agir assim?

Com 25 anos, Bruno era considerado um dos melhores goleiros em atuação no Brasil. Possíveis propostas de grandes clubes da Europa, como o Milan, eram a chance de ouro do jogador. Não importa se ele arquitetou o crime, fez com as próprias mãos, apenas assistiu ou foi cúmplice dos envolvidos, Bruno jogou fora sua grande carreira. Isso ninguém pode negar: como goleiro, Bruno sempre foi muito bom e decisivo. A esperança de ser convocado para a Copa de 2014 acabou, como tudo relacionado à profissão escolhida pelo jovem de Belo Horizonte.

O que levou Bruno a se envolver em um crime desses? O jogador do Flamengo tinha um salário entre 150 e 200 mil reais no Flamengo. Eliza pedia pensão, foi ameaçada de morte e desapareceu pouco depois. É difícil acreditar que seja, apenas, por causa do dinheiro, porque ele tinha condições de assumir o que exigia a estudante. É claro que ainda não se tem certeza de Bruno ser o pai de Bruninho, mas, mesmo assim, um exame de DNA poderia ter sido pedido pelo goleiro. Não era necessário assassinar Eliza. O fato de o amigo de Bruno, conhecido como Macarrão, ser um dos principais suspeitos de ter sequestrado e matado a jovem, demonstra que as amizades eram um problema na vida do jogador. A própria avó materna, em depoimento, demonstrou grande preocupação em relação às companhias do neto. A frieza com que o goleiro trata a situação e as declarações de que não vê Eliza há meses, contrastam com o que outros suspeitos falam, garantindo o envolvimento de Bruno.

E os dirigentes dos clubes e empresários? A parcela de culpa deles também deve ser considerada. Afinal, muitas vezes, eles passam a mão na cabeça dos jogadores e os protegem, mesmo sabendo o que há por trás. Não estou falando do goleiro Bruno, especificamente, mas de um todo.Dirigentes e empresários não são, apenas, coadjuvantes, mas, sim, protagonistas nessa história tão infeliz quanto tenebrosa.

Além do caso Eliza Samudio, Bruno já esteve envolvido em declarações polêmicas, como “Quem nunca saiu na mão com a mulher?”, após o caso de Adriano com a ex Joana Machado. As investigações do assassinato e os indícios parecem levar a uma única resposta: de que realmente o jogador sabe desde o inicio e é o principal mandante. Dessa maneira, sem dúvidas, tudo leva a crer que a carreira do goleiro acabou. Se for considerado culpado por todos os crimes pelos quais é suspeito, pode pegar até 56 anos de prisão. Como no Brasil a pena máxima é de 30 anos, se considerado um crime hediondo, Bruno pode ficar, aproximadamente, 22 anos preso. E, mesmo que isso não aconteça, nenhum clube de médio a grande porte fará propostas pelo jogador. Burrice e falta de instrução.

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