Grandes no sufoco, Vinicius e as zebras da Copa


Por: Carla Araújo



"Tristeza não tem fim, felicidade sim". É com estes versos da música de Vinicius de Moraes, que inicio meu texto de hoje. O que está havendo com os grandes times no Campeonato Nacional? Na zona de rebaixamento, são 4 títulos brasileiros. Desde a volta da Copa do Mundo, Grêmio, Atlético MG, Botafogo e São Paulo não têm conseguido bons resultados. Ao contrário do Vasco, que só saiu da zona de rebaixamento pós mundial, essas equipes estão cada vez mais afundadas em uma possível crise. Parece que as zebras da África do Sul inspiraram os clubes. Ceará que o diga. Será que, assim como na Copa do Mundo, teremos um novo campeão?

Bom, mas o assunto que me interessa não inclui os mais bem colocados, e sim a zona da degola. São Paulo, hexacampeão brasileiro, apesar de não estar no Z-4, tem feito partidas ruins, perdendo e empatando, inclusive, no Morumbi, fato que não ocorria com frequência. O clube precisa organizar seu time, porque a 15ª posição é muito arriscada. Uma derrota na próxima rodada, por exemplo, combinada com resultados positivos dos que estão piores colocados, leva o tricolor paulista ao penúltimo lugar. No entanto, apesar do sufoco que tem sofrido, o caso sãopaulino é o menos desesperador.

O Botafogo começou bem o Brasileirão. Chegou a ficar nas primeiras colocações, mas a pausa parece ter feito o alvinegro descansar mais do que devia. Aos poucos, o time foi se vendo na zona de rebaixamento. Na rodada do último fim de semana, quando empatou em 1 a 1 com o rival Fluminense, o clube ficou entre os quatro últimos, na 17ª colocação. Para piorar, o campo do Engenhão, casa do alvinegro, não está em boas condições e tem recebido muitas críticas. Isso preocupa a diretoria do clube. Botafogo espera que, com Jobson e Maicosuel em campo e com a volta de Loco Abreu, a equipe ganhe mais rapidez, toque de bola e melhoria nos chutes a gol.

Parece que a pausa da Copa do Mundo tem assombrado mais gente do que deveria. Pelo menos essa foi a desculpa dada pelo presidente do Grêmio, Duda Kroeff, para o clube gaúcho estar na 18ª posição. A queda de rendimento do time, a partir da oitava, rodada é o que comprova as palavras de Duda. O tricolor tem uma prova de fogo no próximo domingo: joga contra o rival Internacional, que está em ascenção. Talvez seja uma das partidas mais dificeis até agora. O técnico Silas terá que arrumar sua equipe para frente, afinal, uma derrota faz os gremistas caírem uma posição, ficando muito próximos ao último colocado.

Clássico estadual também terá o Atlético MG. O galo fará partida contra o Cruzeiro e uma vitória pode até tirá-lo da zona da degola. A posição desconfortável, 19º, que se encontra o time de Minas faz com que os jogadores comemorem cada ponto como se fosse uma vitória. Foi o caso do volante Fabiano, após o empate contra o Avaí, no último sábado. É importante enfatizar que o galo tinha dois a menos na partida e jogava no campo adversário. Entretanto, é preciso melhorar para os próximos jogos, ou vai continuar com seu xará, Atlético GO, na zona de rebaixamento. Título? Bom, Luxemburgo admite já ter praticamente desistido.

O mais engraçado é que os quatro clubes citados têm jogadores convocados por Mano Menezes para compor o novo elenco canarinho. Com Hernanes, Jefferson, Victor, Diego Tardelli e Rever, a seleção brasileira fará amistoso contra os Estados Unidos, no próximo dia 10. Parece que as zebras da África do Sul só assombram os times, porque os atletas podem até ser chamados para a Copa 2014, caso mostrem serviço.

Porém, se os clubes desses jogadores continuarem em má fase, vão sofrer o mesmo que Cannavaro e seus companheiros da seleção italiana, que saíram cedo do mundial 2010. Até porque, como já dizia Vinicius, ninguém quer trabalhar um ano inteiro para tudo se acabar numa quarta-feira.
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Era Mano e novidades na primeira convocação

Por: Carla Araújo


Muitas especulações pré-convocação do novo técnico da Seleção Brasileira e, ainda, algumas dificuldades durante o processo de escolha. Após tudo isso, foi anunciado, na manhã de sábado, que Mano Menezes passaria a treinar a equipe canarinho. Começou, hoje, a Era Mano.

A coletiva de imprensa, dada na tarde desta segunda-feira, foi marcada por muita confiança e surpresas. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, apresentou o ex-treinador do Corinthians, pela primeira vez como técnico da seleção, e desejou sorte ao treinador. Mano agradeceu a confiança e prometeu responsabilidade, lealdade, honestidade, transparência e, principalmente, muito empenho.

Em sua primeira coletiva, Mano revelou que, a princípio, usará o esquema 4-2-3-1, privilegiando os homens de frente, que ele analisou como esquecidos, nos últimos anos, no futebol canarinho. O treinador afirmou, ainda, que sua maior preocupação é em vencer, mais do que ter em campo o "futebol arte".

Na hora da convocação dos jogadores para o primeiro amistoso de Mano à frente da seleção, o treinador surpreendeu aos brasileiros. É um time jovem e quase totalmente modificado. Os 24 escolhidos foram:

Renan (Avai), Jefferson (Botafogo), Victor (Grêmio); Rafael (M. United), Marcelo (Real Madrid), André Santos (Fenerbahçe), Daniel Alves (Barcelona); David Luiz (Benfica), Henrique (Racing S.), Réver (Atlético MG), Thiago Silva (Milan); Ederson (Lyon), Carlos Eduardo (Hoffenheim), Hernanes (São Paulo), Sandro (Internacional), Paulo Henrique Ganso (Santos), Lucas (Liverpool), Jucilei (Corinthians), Ramires (Benfica); Robinho (Santos), Neymar (Santos), Alexandre Pato (Milan), André (Santos), Diego Tardelli (Atlético MG).

Com, apenas, quatro jogadores que foram à Copa do Mundo 2010, a nova equipe tem seu primeiro desafio contra a selação dos Estados Unidos, dia 10 de agosto, em Nova Jersey. As principais surpresas foram os dois primeiros goleiros, os meias Ederson e Jucilei e o lateral Rafael. Jefferson, inclusive, foi motivo de algumas discussões em redes sociais, como o Twitter.

Na minha opinião, Mano já demonstrou muita mudança, o que a Seleção mais precisa neste momento. Diferente de Dunga, o novo treinador não é conservador e optou por uma renovação a altura do que os torcedores esperavam. Dentre os goleiros, eu colocaria Julio Cesar no lugar de Renan ou Jefferson. Acredito que, para esses primeiros amistosos, é a melhor opção. Já para a lateral, eu colocaria Maicon, que achei uma revelação na Seleção de Dunga. Na defesa, zagueiros jovens. Gostei. No meio campo e no ataque, ótimos nomes. Só concordo que Jucilei é uma grande surpresa, e talvez tenham outros atletas, como Elias, do próprio Corinthians, que eu apostaria. Os meninos da Vila, para a alegria dos brasileiros, finalmente foram convocados. No entanto, só eu senti falta do Philippe Coutinho, do Vasco? O garoto tem muito potencial e já mostrou que pode decidir jogo. Colocaria ele também.

Desejamos sorte à Mano Menezes e esperamos que essa chance faça com que os 24 atletas cresçam e os mais novos amadureçam. Que venha a Era Mano!
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Verde, branco e grená desenhando 108 anos de história

Por: Carla Araújo


Hoje, estou aqui não como uma jornalista, apenas, mas, também, como torcedora. Não é segredo para ninguém que sou tricolor apaixonada desde que me conheço por gente. Não por isso sou parcial em minhas analises futebolísticas ou comentários de outros times. Pelo contrário, eu sei diferenciar as coisas: na hora de trabalhar, deixo minha paixão de lado por algumas horas. Entretanto, hoje é um dia especial, e precisava compartilhar minha alegria com os leitores do Futebol de Bolsa.

21 de julho de 2010: é neste dia que o Fluminense Football Club completa 108 anos de vida. Um dos clubes, ainda vivos, mais antigos da história do futebol. Nada mais justo do que prestar a minha homenagem a esse senhor de idade. Mas quem falou em anos passados? Parece que quanto mais velho, mais jovem o tricolor carioca demonstra ser. É um grande revelador de jogadores de ponta e cria famílias a cada ano que passa. Muitos têm prazer de começar no Fluminense e outros desejam encerrar suas carreiras no clube.

Desde 1902, o tricolor das Laranjeiras coleciona títulos: 1 Mundial (Copa Rio Internacional), 1 Campeonato Brasileiro, 30 estaduais, entre outros. Além disso, é o único no país que conquistou a Taça Olímpica, considerado o Prêmio Nobel do Esporte. Independente de ter sido rebaixado para a série B e, posteriormente, para a série C do Campeonato Nacional, os torcedores jamais deixaram de apoiar a equipe. Ano passado, quando o Fluminense tinha 99% de chance de ser rebaixado, novamente, a equipe principal não deixou de ter apoio das arquibancadas e se reergueu, permanecendo na elite do futebol e tornando-se um verdadeiro "Time de Guerreiros".

Falando em arquibancada, a beleza que vem da torcida tricolor é incomparável. Muito pó de arroz, bandeiras e efeitos luminosos. Junto com outras poucas do futebol brasileiro, está no topo de mais emocionantes. Belas canções, sempre com inovações (como o mosaico luminoso, feito no jogo contra o Prudente, no último dia 15) e com presença razoável em todas as partidas. Às vezes se irrita, é verdade, mas nada que acabe com a festa, que, alias, este ano, está apenas começando. O titulo do Campeonato Brasileiro 2010 é o principal presente que a diretoria pretende dar ao torcedor, e este o espera ansioso.

Agora, podem vir dizer que o Fluminense não é o maior detentor de títulos, ou não tem uma torcida enorme, mas, quem se importa com quantidade, quando a emoção de torcer pelo tricolor supera a barreira da explicação? É uma certeza de nunca abandonar. E não me venham com frases feitas ou zoações infantis, afinal, só quem é Fluminense sabe o orgulho que é vestir o verde, o branco e o grená, unidos em uma harmonia perfeita. Como já dizia Nelson Rodrigues: "Eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos."

Parabéns Fluminense, pelos 108 anos de muitas glórias, fidalguias e vitórias! Eu, mesmo participando dessa festa há poucos 20 anos, me sinto presenteada por um orgulho que só você me faz sentir. Obrigada e Feliz Aniversário.

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Próxima parada: BRASIL 2014

Por: Carina Tonini



Chegou ao fim a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul. Marcada por zebras e pela alegria do povo sul africano com suas vuvuzelas, o campeonato mais importante do mundo do futebol conhece um novo campeão: A Espanha, depois de 80 anos de espera.

Com muitas surpresas, principalmente por parte da Itália e da França eliminadas na primeira fase da Copa e do Uruguai que chegou a semifinal, tivemos também o aparecimento do grande vidente da Copa, o polvo Paul. Ele surpreendeu o mundo inteiro acertando todas as suas apostas.

Como previu o polvo Paul a seleção espanhola ganhou o seu primeiro mundial derrotando a Holanda por 1x0 na prorrogação, com gol do meia Iniesta, após o 0x0 no tempo normal. A Espanha é campeã com a melhor defesa e o pior ataque da história dos campeões mundiais. Os 2 gols sofridos e 8 marcados apenas foram suficientes para levar para a Espanha a taça mais desejada do mundo.

A Copa não começou muito bem para a seleção espanhola, conhecida como Fúria. No seu primeiro jogo o goleiro e capitão Casillas falhou diante da Suiça, sofrendo sua primeira e única derrota durante a Copa inteira. A primeira zebra acontece na África do Sul. Com o melhor futebol do mundo a Espanha cresceu na hora certa. Durante a primeira fase e as oitavas e quartas de final a Fúria foi discreta vencendo com pequenos placares. Mas diante da Alemanha, na semifinal, seus jogadores cresceram e anularam os craques Podolski, Schweinsteiger, Özil, Müller, Klose e companhia vencendo por 1x0 com gol do experiente zagueiro Puyol.

A inédita final entre a Fúria e a Laranja Mecânica teve uma grande quantidade de cartões amarelos, 13, a maior da história. E ainda teve um cartão vermelho para o zagueiro Holandês na prorrogação. Os holandeses jogavam com agressividade e o juíz só não expulsou De Jong porque não quis. Ele deu uma entrada criminosa com o pé alto no peito de Xabi Alonso ainda no primeiro tempo da partida, que teve muitas agressões por parte dos Holandeses e a falta de toque de bola, principal característica da Espanha.

Ainda no primeiro tempo ocorreu um lance inusitado. Ao fazer o fairplay e devolver a bola para a Espanha, Heitinga da Holanda chutou em direção ao goleiro Casillas quase marcando um golaço, deixando o goleiro da Fúria irritado.

No segundo tempo o técnico da Espanha Vicente del Bosque fez a sua primeira substituição sacando o atacante Pedro e lançando Navas que melhorou o toque de bola espanhol pela direita. Mas quem teve seu primeiro chute perigoso na etapa final foi a Holanda. Sneijder, até então sumido do jogo, deu um belo toque entre dois zagueiros espanhóis para Robben. Cara a cara com o goleiro Casillas o atacante chutou para uma defesa milagrosa do paredão espanhol. E no final dessa mesma etapa Casillas salvou novamente a Fúria ao agarrar a bola nos pés do atacante Robben.


A prorrogação começou como terminou o tempo normal: chances sendo desperdiçadas. Fabregas, que substituiu Xabi Alonso perdeu uma ótima oportunidade para o time espanhol. Mas o gol, finalmente, saiu aos 10 minutos. A jogada começou com Navas, passou por Fabregas até chegar aos pés do meia espanhol. Iniesta chutou cruzado matando o goleiro Stekelenburg, da Holanda. Antes mesmo do juíz Howard Webb, da Inglaterra, apitar o fim do jogo, Casillas, o herói espanhol, já chorava em campo. Acabou nisso: 1x0 Espanha, resultado final da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.

Agora a Espanha, oitava seleção campeã do mundo, volta de encontro a sua nação com a taça nas mãos e só a devolverá em 2014, na próxima Copa do Mundo, que será aqui no Brasil. E agora nos resta aguardar ansiosos e esperançosos para a conquista do hexa campeonato em nosso país.

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O "caso Bruno" em abordagem futebolística

Por: Carla Araújo


Quando disse que postaria sobre o “caso Bruno” aqui no blog, muitos falaram que não aguentam mais ouvir sobre isso. Outros pediram que eu não fosse sensacionalista e não fizesse uma matéria sobre o desenrolar do caso. Obviamente, eu já tinha pensado nisso. Não cogitei essas possibilidades, até porque todos já sabem o que aconteceu e estão acompanhando desde o início.

Estou aqui não para escrever sobre o possível assassino, mas sobre o goleiro. Se foi Bruno ou não quem matou Eliza Samudio, não é o motivo da minha abordagem. Por que um atleta tão bem sucedido faria algo desse porte? O que leva alguém a agir assim?

Com 25 anos, Bruno era considerado um dos melhores goleiros em atuação no Brasil. Possíveis propostas de grandes clubes da Europa, como o Milan, eram a chance de ouro do jogador. Não importa se ele arquitetou o crime, fez com as próprias mãos, apenas assistiu ou foi cúmplice dos envolvidos, Bruno jogou fora sua grande carreira. Isso ninguém pode negar: como goleiro, Bruno sempre foi muito bom e decisivo. A esperança de ser convocado para a Copa de 2014 acabou, como tudo relacionado à profissão escolhida pelo jovem de Belo Horizonte.

O que levou Bruno a se envolver em um crime desses? O jogador do Flamengo tinha um salário entre 150 e 200 mil reais no Flamengo. Eliza pedia pensão, foi ameaçada de morte e desapareceu pouco depois. É difícil acreditar que seja, apenas, por causa do dinheiro, porque ele tinha condições de assumir o que exigia a estudante. É claro que ainda não se tem certeza de Bruno ser o pai de Bruninho, mas, mesmo assim, um exame de DNA poderia ter sido pedido pelo goleiro. Não era necessário assassinar Eliza. O fato de o amigo de Bruno, conhecido como Macarrão, ser um dos principais suspeitos de ter sequestrado e matado a jovem, demonstra que as amizades eram um problema na vida do jogador. A própria avó materna, em depoimento, demonstrou grande preocupação em relação às companhias do neto. A frieza com que o goleiro trata a situação e as declarações de que não vê Eliza há meses, contrastam com o que outros suspeitos falam, garantindo o envolvimento de Bruno.

E os dirigentes dos clubes e empresários? A parcela de culpa deles também deve ser considerada. Afinal, muitas vezes, eles passam a mão na cabeça dos jogadores e os protegem, mesmo sabendo o que há por trás. Não estou falando do goleiro Bruno, especificamente, mas de um todo.Dirigentes e empresários não são, apenas, coadjuvantes, mas, sim, protagonistas nessa história tão infeliz quanto tenebrosa.

Além do caso Eliza Samudio, Bruno já esteve envolvido em declarações polêmicas, como “Quem nunca saiu na mão com a mulher?”, após o caso de Adriano com a ex Joana Machado. As investigações do assassinato e os indícios parecem levar a uma única resposta: de que realmente o jogador sabe desde o inicio e é o principal mandante. Dessa maneira, sem dúvidas, tudo leva a crer que a carreira do goleiro acabou. Se for considerado culpado por todos os crimes pelos quais é suspeito, pode pegar até 56 anos de prisão. Como no Brasil a pena máxima é de 30 anos, se considerado um crime hediondo, Bruno pode ficar, aproximadamente, 22 anos preso. E, mesmo que isso não aconteça, nenhum clube de médio a grande porte fará propostas pelo jogador. Burrice e falta de instrução.
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O uso ou não da tecnologia no futebol

Por: Carla Araújo



“A bola entrou muito” ou “a bola saiu pela linha de fundo” são frases bastante comuns quando o juiz e os auxiliares cometem o erro de anular um gol válido ou dar um inválido. O fato é que, por vezes, times - e seleções - saem prejudicados por causa de algum equívoco da arbitragem. Problemática essa que pode chegar ao fim com o uso de novas tecnologias no futebol, como a bola com chip. Esta técnica fornece ao juiz, com precisão, a localização da bola no campo de jogo. Dessa maneira, determina se atravessou completamente ou não a linha de gol ou a própria linha de fundo.

A ideia não é nova. Para a Copa de 2006 já havia sido pensada a possibilidade de utilização, mas a tecnologia ainda não era perfeita. Foi em 2007 que um encontro em Manchester, na Inglaterra, deu inicio a debates concretos para o uso do chip na bola. A FIFA chegou à conclusão de que a utilização deste meio poderia evitar erros que, algumas vezes, mudam a história de uma partida e, até, de uma competição. Um exemplo foi a Copa de 66, na Inglaterra, em que a final do país sede contra a Alemanha ganhou uma polêmica eterna: a Inglaterra teve uma bola que não entrou toda no gol e o juiz validou. A Inglaterra foi a campeã daquele ano.

No entanto, em 2008, uma reunião da International Board, que regula as regras do futebol profissional, decidiu banir a bola com chip. O motivo seria, simplesmente, o fato de que acabaria com a emoção do futebol. O que é emocionante, então? As brigas e discussões depois de um gol inválido ou de um “não gol” válido? Deve ser, deve ser… A outra explicação é que a nova tecnologia não demonstrou precisão e que não faria novos testes com a mesma.

Em 2009, a FIFA admitiu ter receio em relação ao uso da bola com chip. De qualquer maneira, este ano, voltaram a cogitar o uso da nova tecnologia para a Copa de 2014, aqui no Brasil. No entanto, não sai do papel, já que Joseph Blatter ainda prefere o olho humano e bate na tecla do alto custo da novidade, ou seja, parece que é tudo muito mais no campo das ideias do que concreto. Eu discordo. Se a FIFA der uma solução, não tecnológica, muito boa para acabar com a dúvida de um gol ser válido ou não, eu posso aderir a ela. E que não se fale em juizes atrás da linha de fundo, porque essa, para mim, não serve.
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Conexão África: falhas ou culpa da temida Jabulani?


Por: Carla Araújo



A Copa do Mundo da África do Sul já vai para a sua terceira rodada da primeira fase e a pergunta do título parece continuar sem resposta. Afinal, após muitas discussões sobre a bola do mundial, alguns jogadores ainda reclamam da mesma. Os goleiros então... Nem se fala. É a sombra da “Jabulaaani”, que faz vítimas a cada jogo.


A questão não é a leveza da bola. A Adidas fabricou a Jabulani dentro do peso padrão. O problema é que a bola é revestida por um material que a deixa com menos atrito ao tocar a grama. Isso dá mais velocidade na hora do chute. Por esse motivo, as curvas inesperadas são constantes e atrapalham os goleiros. E, também por isso, a bola sobe tanto na hora de se tentar um gol de maior distância. Um exemplo é o fato de ainda não termos tido, em 22 partidas, nenhum gol de falta.


Há quem diga que a bola não é a culpada pelos constantes erros dos goleiros. O primeiro a sofrer com a Jabulani foi Green, da Inglaterra. No mesmo dia, mais um teve que engolir um frango: Chaouchi, da Argélia, perdeu o tempo da bola. E hoje, para completar a lista, o goleiro do Japão, Kawashima, também falhou. Afinal, pode-se dizer que isso é normal em uma Copa do Mundo?



O fato é que, se um goleiro chega a uma Copa, ele é, no mínimo, bom. No mínimo, porque a Inglaterra, por exemplo, tem fama de ter sempre os melhores arqueiros. Chaouchi, da Argélia, havia feito ótimas defesas na partida contra a Eslovênia. Como, então, podemos chamar de frango esses gols sofridos? Nas ótimas câmeras lentas, que o mundial tem nos oferecido, podemos observar a curva que a bola faz, naturalmente. O goleiro se encontra na posição correta, e é traído pela Jabulani. Então, pode-se dizer que eles são vítimas da Jabulani, não? Julio César, goleiro da seleção, é um dos que defendem esse argumento.


O mundial da África do Sul tem recebido diversas críticas. A qualidade dos jogos está abaixo do esperado. Talvez a Jabulani tenha parcial culpa nisso. A escassez de gols e as falhas gritantes dos goleiros nos deixam receosos. Mas, independentemente disso, a bola não vai mudar e temos que torcer para os arqueiros e jogadores de linha se acostumarem com ela. Afinal, teoricamente, a Copa do Mundo reúne os melhores atletas. E, teoricamente, o nível das partidas deveria ser melhor. É, deveria...

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